Desenvolver estudos sobre a natureza da consciência, seus
domínios e modelos de desenvolvimento.


sexta-feira, 25 de outubro de 2013

O que significa consciência? Qual a natureza da consciência? A consciência é produto do cérebro?

Frederico Drummond

Os estudos sobre a consciência ficaram em uma espécie de limbo durante muito tempo, voltando a despertar interesse dos pesquisadores a partir dos anos 50.
Estes estudos ocuparam diversos campos disciplinares dos quais destacamos:

a) Filosofia da Mente;

b) Neurociências e Ciências Cognitivas;

c) Abordagem Transpessoal, sob a influência da descoberta ...pelo ocidente das disciplinas orientais como a meditação, yoga e tradições religiosas. 

d) Conhecimentos Entrelaçados ou  Transdisciplinaridade  - nos termos do protocolo firmado no Primeiro Congresso Mundial da Transdisciplinaridade em 1994.


 Este interesse significou o retorno de um antigo debate sobre os conceitos de Monismo e Dualismo (mente/cérebro), que ocupou profundamente o interesse da filosofia grega. Mas muitas questões ainda não possuem respostas satisfatórias, prosseguindo o debate sobre a natureza da consciência como um dos grandes desafios de nossos tempos.

"O que você sente não é nada! É puramente psicológico!"

A provação do título desta postagem reflete em boa medida o lado prático do cotidiano da nossa visão ambígua sobre o que é de natureza física e não-física no ser humano. Quando dizemos que uma dor "não é nada" estamos tentando dizer que não encontramos uma relação causal entre a dor reclamada e alguma disfunção física do organismo (relação causal objetiva). E em seguida atribuímos a este "nada" algo que chamamos psicológico (algo de natureza subjetiva). Objetivo e subjetivo passam a ser então as duas faces da realidade humana, onde objetivo é O REAL e subjetivo "ALGO NÃO DEFINIDO" (que nesta visão pode mesmo ser interpretado como IRREAL.). Um exemplo importante desta fenomenologia é a forma como é diagnosticada e tratada a "Síndrome de Pânico".

Desta forma, partindo do nosso cotidiano ( "Isto é puramente psicológico") entramos no âmbito do debate central sobre a natureza desta estrutura que identificamos como CÉREBRO/MENTE.

Desta forma podemos lançar algumas questões, para alimentar nossas pesquisas:

O que é objetivo e o que é subjetivo. Qual a relação destes conceitos com a realidade da consciência?

O que significa consciência? Qual a natureza da consciência? A consciência é produto do cérebro? A consciência pode existir independente do cérebro? O que significa monismo? E dualismo?

Enfim, estamos face a um campo muito fértil, onde a maior ou menor clareza do seu entendimento poderá guiar nossas práticas frente a saúde integral do ser humano.

Bons estudos e boas pesquisas para todos nós.




segunda-feira, 21 de outubro de 2013

Centro De Pesquisa Da Consciência


Frederico Drummond

O estudo da consciência transpessoal vem para nos lembrar como usamos pouco nosso potencial humano. Em nosso dia a dia passamos a acreditar que o limite da existência está neste estado da consciência que chamamos "ordinário" e que constitui um fragmento da consciência possível. Pouco ou nada percebemos que nossos êxtases (seja físico,... religioso, artísticos, criativo) transcorrem em outro estado... específico da consciência (alguns pesquisadores falam em estados alterados de consciência)*, diferente da consciência ordinária. Nossos insight criativos não estão na consciência ordinária, assim como não está nossa vivência do sagrado e da transcendência.

E talvez, e isto é o mais grave, é que muitas de nossas doenças resultam de nossa fixação em um dos estados específicos de consciência, sem que tenhamos disciplinado nossa capacidade de transitar por níveis mais amplos desta mesma consciência. Muitos dos transtornos de mediunidade, transtornos de obsessões e possessões, as síndromes de pânico, as chamadas dissociação do ego são estados de consciência específicos, que transformado em depressões, nos empurram para psiquiatras ou para práticas religiosas não libertadoras. As terapias transpessoais legítimas auxiliam-nos no empoderamento de recursos libertadores, seja na meditação, nas danças circulares, na pintura expressiva, na música ou mesmo no aconselhamento terapêutico. Pesquisar estes níveis transdisciplinares e a consciência em sua diversidade e metamotivações são desafios que constituem a base de um projeto ainda em fase embrionária. Mas, para o qual aceitamos de coração aberto a contribuição de todos nossos parceiros de rede. Sejam bem vindos a esta grande jornada da consciência!

(*) Quando falamos de estados alterados de consciência estamos admitindo implicitamente a existência de estados não-alterados. Isto em nossa visão constitui um grande equívoco. Os estados de consciência que podem ser cartografados possuem cada um deles especificidades, e constituem também estados específicos de conhecimento. Podemos então falar de Teorias do Conhecimento dos Estados Específicos. Esta teoria está bem posta pelo pesquisador Ken Wilber, que demonstra a condição de uma epistemologia legítima mesmo do ponto de vista do campo acadêmico. Da mesmo forma podemos falar de "terapias" dos estados específicos.

• Frederico Ozanam Drummond é formado em Filosofia e professor universitário em Sete Lagoas, MG. Fez a Formação de Base da Unipaz e cursos de Transpessoal no CLASI.